Música Disco
Introdução
A Música Disco (também conhecida em inglês disco music ou em francês discothèque) é um gênero de música de dança cuja popularidade atingiu o pico em meados da década de 1970. Teve suas raízes nos clubes de dança voltados para negros, latino-americanos, gays e apreciadores de música psicodélica, além de outras comunidades na cidade de Nova York e Filadélfia durante os anos 1970. A música disco foi um movimento de liberdade de expressão, liderado pelos gays, negros e latinos heterossexuais contra a dominância do rock e desvalorização da música dance da contracultura durante este período. Mulheres abraçaram bem o estilo, sendo consideradas “divas”, vários grupos também foram populares na época. O estilo é conhecido por ser o primeiro abraçado por casas de dança, denominados "discotecas" e posteriormentes apenas clubes.
As principais influências musicais incluem o funk, a música latina, psicodélica e o soul music. Arranjos de música clássica como acompanhamento são freqüentes no estilo, criando um som cheio de colcheias e fusas mas ao mesmo tempo muito repetitivo. A introdução de arranjos orquestrais é uma herança do som da Motown. As linhas de baixo elétrico vindo do funk, e os cantores geralmente preferiam cantar em falsete. Na maioria das faixas de disco, cordas, metais, pianos elétricos e guitarras criam um som de fundo luxuriante. Ao contrário do rock, guitarra é raramente usada em solos.
Nos anos 1970 os mais famosos performers de disco eram Donna Summer, Bee Gees, KC and the Sunshine Band, ABBA, Chic, os irmãos The Jacksons.
Summer se tornaria a primeira artista de disco popular, dando-lhe o título de "Rainha do Disco", e também desempenhou um papel pioneiro no som da eletrônica, que mais tarde tornou-se uma parte da disco. Embora os artistas tenham acumulado a maior parte da atenção pública, os produtores por trás das cenas tiveram um papel importante na música disco, já que muitas vezes escreviam canções e criavam sons inovadores.
O filme "Saturday Night Fever" contribuio para o aumento da popularidade da disco music.
Durante o início da década de 1980, a disco music começou a sofrer preconceito nos EUA que criticavam as danças, e os amantes do estilo que eram minorias na sociedade como negros, mulheres e homossexuais. A música disco da década foi apelidada de Pós-Disco, e o rock votou a dominar as paradas estado-unidenses. Apesar da queda da popularidade nos Estados Unidos, a disco music continuou a fazer sucesso no mundo todo durante toda a década de 1980 até evoluir para os derivados de música dance/eletrônica populares nas décadas seguintes.
Informações gerais | |
Origens estilísticas | Funk vários estilo de Soul música psicodélica Música Latina (especialmente Salsa) Pop Rock Secundária Música Afro-cubana (mais precisamente Soca) • Música Clássica • Gospe • Swing • Blues |
Contexto cultural | final da década de 1960 • início da década de 1970 EUA e Canadá |
Popularidade | |
Formas derivadas | Hi-NRG • House Music • Hip-hop • New Wave• Garage • Afro-Funky • Nu-Disco |
Subgêneros | |
Italo Disco • Eurodisco • Space Disco | |
Gêneros de fusão | |
Disco punk • Disco house • Disco-Funk | |
Cenas regionais | |
Outros tópicos | |
Origens
Como todos os gêneros musicais similares, definir um único ponto de início é difícil, uma vez que muitos elementos daquilo que hoje se chama "disco music" aparecem em gravações bem anteriores ao seu "boom" (como exemplo, a gravação de 1971 do tema do filme Shaft, feita por Isaac Hayes). Em geral se pode dizer que os primeiras músicas disco' surgiram em 1973, no entanto muitos consideram a música "Soul Makossa", do africano Manu Dibango (lançada em 1972) como o primeiro sucesso da "disco music" (cf. Jones and Kantonen, 1999). No começo, a maioria das músicas era consumida por pequenas audiências, em clubes noturnos e de dança, e não por um público mais amplo, ouvinte de rádio.
Entre as tendências sociais que contribuíram para o crescimento da disco music estão o aumento de consumo de gravações musicais entre negros e hispânicos acima do consumo do público branco, além do aumento da independência financeira das mulheres, da liberação gay e a revolução sexual (conforme Jones and Kantonen, 1999).
Entre as influências musicais que a disco recebeu estão o funk, o soul, a salsa e os ritmos musicais latinos ou hispânicas que originaram a salsa.
Entre as gravações de soul anteriores à disco music e que a influenciariam, os estudiosos Jones e Kantonen apontam:
- Sly and the Family Stone - "Dance to the Music" (1968), e "Everyday People" (1968)
- Stevie Wonder - "Yester-Me, Yester-You, Yesterday" (1969), "Superstition" (1972)
- Incredible Bongo Band - "Bongo Rock" (1973)
- Average White Band - "Pick Up the Pieces" (1974), "Cut the Cake" (1975)
A Philadelphia International Records (com a marca dos produtores Kenneth "Kenny" Gamble e Leon Huff) criou aquilo que chamou de "a músicasoul da Filadélfia" e dela temos as seguintes gravações:
- Three Degrees - "When Will I See You Again" (1974)
- Intruders - "I'll Always Love My Mama" (1973)
- The O'Jays - "I Love Music" (1975), "Love Train" (1972)
- MFSB - "TSOP (The Sound of Philadelphia)" (1974)
Entre as primeiras gravações da "era disco" feitas pela TK Records (segundo Jones e Kantonen, 1999) estão:
- Betty Wright - "Clean Up Woman" (1972)
- Harry Wayne "K.C." Casey - "Get Down Tonight" (1975)
- KC and the Sunshine Band - "That's the Way (I Like It)" (1975)
Entre os primeiros sucessos considerados "disco music", temos:
- Harold Melvin & the Blue Notes - "The Love I Lost" (1973)
- George McGrae - "Rock Your Baby" (1974)
- Hues Corporation - "Rock the Boat" (1974)
- LaBelle - "Lady Marmalade" (com o verso: "Voulez-vous coucher avec moi ce soir?") (1975)
É possível apontar também Barry White e seu Love's theme (de 1974), o grupo espanhol Barrabas, com sua gravação Woman (1972), e mesmo Philadelphia Freedom e Island Girl, de Elton John, como tendo elementos do que se tornou conhecido como disco' music, principalmente nos arranjos instrumentais.
Popularidade
Alguns singles que foram sucessos mas não conseguiram muito destaque começaram com Shirley Co. (Shame Shame, Shame), George McCrae (Rock you Baby)em 1974.
A "Era Disco"
No ano de 1975 é que a "disco' music" realmente decolou, com sucessos como "The Hustle" (de Van McCoy) e o primeiro sucesso de Donna Summer, "Love To Love You Baby" (gravado na Alemanha) atingindo os primeiros lugares.
Em 1975 ocorreu o primeiro grande sucesso da Disco com KC & the Sunshine Band (Shake your Booty e That´s the Way- I like it). Neste mesmo ano teve o lançamento do primeiro "disco mix" (música remixada por um disc-jóquei), com a música de Gloria Gaynor "Never Can Say Goodbye", um cover do sucesso dos Jackson 5.
O ritmo da "disco' music" também está presente em músicas como o tema musical da série de TV SWAT, de 1976 (gravado pelo grupo de estúdio Rhythm Heritage) ou a música "Gonna Fly Now", música-tema do filme "Rocky, o Lutador" composta por Bill Conti. Da Europa, surgiram grupos como Silver Convention e Boney M (na Alemanha), Santa Esmeralda (na França) e La Bionda (na Itália).
O grupo sueco ABBA, que inicialmente fazia um gênero romântico, também embarcou no "fenômeno disco'", com Dancing Queen, Money, Money, Money, Gimme! Gimme! Gimme!, Super Trouper, Voulez-vous e outras.
A popularidade do estilo atingiu o auge na chamada Era Disco, entre 1977 e 1979 1980 em parte devido ao filme de 1977 "Saturday Night Fever", com John Travolta (traduzido no Brasil como "Os Embalos de Sábado à Noite"). Este filme também foi responsável pela taxação do grupo Bee Gees como artista disco', taxação esta fundamentada nos sucessos disco' do grupo que estiveram na trilha sonora do filme, como Stayin' Alive, You Should Be Dancing, More than a Woman, How Deep Is Your Love? e Night Fever, além de Tragedy, que é posterior ao filme. Entretanto, esta taxação deu-se, uma vez que os Bee Gees que já tinham sido banda de rock, de country rock, de balada e posteriormente de pop e pop rock firmaram suscesso nesse estilo musical através em 1976 da música You Should Be Dancing que, posteriormente fez parte da trilha sonora do filme Saturday Night Fever (ou, Os Embalos de Sábado á Noite no Brasil).
A subcultura punk, tanto dos Estados Unidos quanto do Reino Unido criticava a Disco Music, fazendo protestos muitas vezes violentos.
No ano de 1979 aconteceu o lançamento de Take Me Home, álbum da cantora Cher que se tornaria um dos medalhões da disco music. O primeiro compacto "Take Me Home", marcou a volta de Cher ao top 10 no Hot 100 da revista Billboard e era voltado para a febre da época: as discotecas.
Reinventando-se como ícone da disco music Cher lançou clássicos desse estilo como "Bad Love e Hell On Wheels".
James Brown se auto-intitulou The Original Disco Man e até gravou um álbum com esse título em 1979.
O fenômeno disco' também aumentou a popularidade de algumas formas de dançar pré-coreografadas. Durante a febre disco era comum ver cantores simulando um robô no palco. A popularização do estilo chamado Robot, veio depois que o jovem Michael Jackson do grupo Jackson 5 simulou um robô dançando durante a performace de Dancing Machine no Soul Train de 1973, posteriormente o cantor contou em seu livro Moon Walk que no dia seguinte todos estavam tentando imitá-lo.
O mais interessante da Era Disco, é que não somente havia um estilo de música, mas um "estilo de vida", era um modo de andar, um modo de falar, um modo de agir, uma moda que girava em torno disso tudo. As pessoas não estavam preocupadas com o amanhã e sim com o hoje, portanto a pista de dança, era o local ideal para "soltar" todas as repressões e se libertar, em todos os sentidos, outra coisa que o fazia parte dos jovens na época da Disco Music era o sexo "sem culpa" (aquele que era apenas por diversão, sem se preocupar com relacionamentos sérios).
A moda caracterizava-se pelo sapatos plataformas (quanto maior melhor) tanto para homens como mulheres e calças boca-de-sino e golas gigantescas das camisas de popeline estampadas (novidade na época) para homens e as calças pantalonas para as mulheres,além de diversos adornos como anéis, pulseiras, relógios e correntes. Cabelos quanto mais rebeldes melhor, Black Power era o estilo mais popular.
Basicamente, quase todas as Bandas de Rock tiveram um flerte com a Disco:
- Rolling Stones - principalmente com os hits "Miss You" e "Shattered", presentes no álbum Some Girls, em 1979.
- Queen - com o sucesso "Another One Bites the Dust" (inspirada na Linha de Baixo de Good Times do Chic
- Blondie - com o sucesso "Heart of Glass"
- Rod Stewart - com o sucesso "Da Ya think I´m Sexy"
- Kiss - com os sucessos "I Was Made For Lovin' You" e "Sure Know Something"
- Pink Floyd - com o sucesso "Another Brick In The Wall part 2 "
No Brasil
Até no Brasil o estilo deixou sua marca, com a novela Dancin' Days, da Rede Globo de Televisão (em 1978) e o efêmero sucesso do grupo As Frenéticas.
Rita Lee, que chegou a ter canções gravadas pelas Frenéticas, também gravou canções no estilo.
No mesmo ano, Tim Maia acompanhado pela Banda Black Rio lançou o álbum Tim Maia Disco Club, fortemente inspirado no gênero.
Gilberto Gil, grava em 1979, a canção disco Realce do álbum homônimo, uma possível ode a cocaína.
A Rádio Cidade do Rio de Janeiro (102,9 FM), possuia um programa chamado "Cidade Disco Club" comandado por Ivan Romero.
Artistas populares da era disco
Abaixo os mais populares artistas e grupos com as respectivas canções, que realmente tiveram relevância, sucesso ou foram conceituais para o estilo musical
- Le Freak (dos produtores Bernard Edwards e Nile Rodgers)
- we are family
- Dance litlle lady dance
- You set my heart on fire
- I love to love
com o LP Off The Wall
- Get It Together
- Dancing Machine
- The Life of the Party
- Forever Came Today
- Body Language (Do the Love Dance)
- Enjoy Yourself
- Music's Takin' Over
- Blame It on the Boogie
- Shake Your Body (Down to the Ground)
- American Generation
- McCarthur Park
- On the Radio
- Hot Stuff
- Love to love Baby
- I feel Love
- Take Me Home
- Wasn't It Good
- Hell On Wheels
- Holdin' Out for Love
- Bad Love
- Never can say goodbye
- I will survive
- I'll be there
- La Vie en Rose
- I Need a Man
- Do or Die
- You Make me feel
- Disco Heat
- Daddy cool
- Ma Baker
- It's Holliday
- Rivers of Babylon
- Gadda da Vida
- YMCA
- In the Navy
- Macho Man
- San Francisco
- That's the way (I like it)
- Shake your booty
- I'm your boogie man
- Souvernirs
- Disco Inferno
- com sua Love Unlimited Orchestra.
- You Should Be Dancing
- Night Fever
- Tragedy
- Nights on Broadway
- Jive Talkin'
- More than a Woman
- Love So Right
- Stayin' Alive
- How Deep Is Your Love
- If I Can't Have You
- Wind Of Change
- Too Much Heaven
- Love You Inside Out
- Boogie Child
- Dancing Queen
- Voulez-Vous
- Does Your Mother Now
- As Good As New
- Gimme! Gimme! Gimme!(a Man after Midnight)
- Money, Money, Money
- Super Trouper
- Lay All Your Love On Me
- Summer Night City
- Angeleyes
- Kisses of Fire
- Heart of Glass
- Monday, Tuesday…Laissez-moi danser
- J'attendrai
- Besame Mucho
- Gigi in Paradisco
- One for You, One for Me
- Disco Roller
- Wanna Be your Lover
- Xanadu
- Physical
- Gloria
O sucesso do gênero foi tanto, que grupos de outros gêneros, como os já citados ABBA e os Bee Gees (country/rock/pop), incluindo-se aí até grupos de rock, como The Eagles, Kiss, Queen e Roxy Music e até os Rolling Stones e o The Clash acrescentaram toques de disco' music às suas músicas. Blondie fez o mesmo na música "Heart of Glass". E nada (ou quase nada) escapou à "febre disco'" de regravações e criação de versões dançantes: até mesmo a 5ª Sinfonia de Beethoven ganhou versão disco' (compondo uma das faixas do LP Saturday Night Fever).
O papel dos Disc-Jockeys (DJs) e produtores
A disco music era diferente do rock composto e executado nos anos 60 por significar (apesar das muitas exceções) um retorno da influência dos produtores, que faziam contratos curtos, verdadeiros aluguéis de músicos, para produzirem sucessos para artistas diferentes, cujo papel era simplesmente o de cantar e divulgar as músicas. Isto pode explicar a opinião de alguns críticos de rock que odeiam a disco, afirmando que várias músicas "têm a mesma cara". Os principais produtores e mixadores da Era Disco' incluíam Patrick Adams, Biddu, Cerrone, Alec R. Costandinos, Gregg Diamond (produtor, em 1975, de More, More, More, interpretada por Andrea True Connection), Bernard Edwards (e seu parceiro Nile Rodgers, criadores do Chic), Rick Gianatos, Quincy Jones, François Kevorkian, Meco Monardo, Tom Moulton, Kenton Nix, Boris Midney, Vincent Montana Jr, Giorgio Moroder, Rinder and Lewis, e Michael Zager. Entretanto, aquilo que muitos críticos e fãs de rock enxergam como perda de autenticidade e credibilidade significou não exatamente um retorno à música dirigida pelo produtor, mas à música voltada para os ouvintes, que apreciavam dançar.
Fora da indústria fonográfica, diversos DJs (disc-jóqueis), muitos dos quais às vezes trabalhavam em estúdios como produtores e remixadores, tiveram muita influência no fenômeno. As vendas de discos muitas vezes dependiam, apesar de isso não significar garantia absoluta, do sucesso nas pistas de dança. Notáveis DJs incluíam Jim Burgess, Walter Gibbons, Francis Grasso (Sanctuary), Larry Levan (Paradise Garage), Ian Levine (Heaven), David Mancuso (The Loft), e Tom Moulton. Dentre as "discotecas" (aqui significando pista de dança, danceteria) mais famosas da época estava o Studio 54, em Nova Iorque, EUA.
No Brasil a Disco Music ganhou força em 1978 com a novela da Rede Globo Dancin' Days, onde Sônia Braga vivia o papel de Júlia, uma ex-presidiária que consegue vencer os preconceitos e os desafios, mas que na pista de dança, onde era a rainha da pista (dancing queen), ninguém se importava quem ela era e o seu passado de ex-detenta, apenas a viam como uma excelente dançarina disco.
Com esta onda, vários artista Brasileiros tiveram seu momento. Lady Zu (A noite vai chegar), Dudu França (Grilo na Cuca), Harmony Cats (Dancin' Days Medley), Gretchen (Freak Le Boom Boom), As Frenéticas (Dancin' Days, Perigosa).
Uma curiosidade era que a maioria das bandas Disco, era bandas de Estúdio e portanto dificilmente faziam excursões mundiais e o Brasil, mesmo que tivessem, era considerado uma incongnita (sem garantia de retorno), o que só mudou após o Rock in Rio (1985). Para sanar a ânsia dos fãs, muitas gravadoras incentivam e até produziam "covers" das versões oficiais. Duas tiveram destaque: Brazillian Genghis Khan (cujo original era da Alemanha - Dschinghis Khan) e Dee Dee Jackson Cover (original da Alemanha - Dee D. Jackson).
No mesmo período foi a época de ouro das Discotecas (templos da era disco) onde tudo era permitido.
Discoteca deriva do termo frances Discoteque, que na verdade é uma boate de médio porte, com pista dança, iluminação e música altamente dançante. Este conceito evoluiu posteriormente para as Danceterias e atualmente para os Dance Clubs, Clubs e Raves.
Retrocesso
Apontam-se muitas razões para a decadência da disco' bem no final dos anos 70, que vão desde a reação de puristas do rock até nada sutis sentimentos racistas e anti-gays. A música disco' e as coreografias que a caracterizaram eram taxadas não apenas de tolas, mas também de "efeminadas".
No Reino Unido, na mesma época em que surgiam manifestações "antidisco" nos Estados Unidos, uma publicação do Partido Nacionalista Britânico dizia que "a disco e sua pseudofilosofia de caldeirão cultural devem ser banidas, ou então as ruas britânicas ficarão cheias de adoradores da música soul negra", apesar de que isto já fosse realidade entre muitos jovens brancos daquele país por vinte anos.
Enquanto isto, aquela primeira audiência que consumiu a disco music, ao vê-la sendo difundida nos meios de comunicação, passou a buscar outras formas de música dançante, muitas vezes apenas a mesma disco' com outro nome. Já os fãs de rock tradicional, mais sério, criaram a expressão "Disco sucks!" (a Disco enche!). Uma rádio de rock em Chicago chegou a criar um evento em 1979 chamado "Disco Demolition Night" que envolvia a explosão de LPs de disco music, e a coisa quase terminou em tumulto.
Também nesta época, ficou claro o poder dos Disk Jockeys de rádios, pois quando estes boicotaram a Disco Music, o ritmo acabou por desaparecer, não totalmente, mas não da maneira que estava ocorrendo.
Descendentes, influência e renascimento
No início dos anos 80 músicos e grupos como George Benson, Patrice Rushen, os Brothers Johnson, The Commodores, S.O.S. Band e outros artistas lançaram sucessos claramente influenciados pela 'disco' (porém, sem o rótulo "disco music", que já parecia ter "cansado" o público. Eram rotulados apenas de dance music ou de funk).
Na Europa, com o fim da Disco Music, surgiu uma derivação que ficou conhecida como Eurodisco, na qual fundia os fundamentos da Disco Music (batida compassada e ritimada) com os recentes sintetizadores, teclados e caixa de ritmos (Modern Talking, CC Catch, Bad Boys Blue, Joy, Julian entre outros.
Após 1980 a disco' music metamorfoseou-se e deixou influências nos gêneros que a sucederam, incluindo a chamada Acid house, Hi - Energy, House Music, Deep Disco, Garage, Acid Jazz e outras variações. E basta escutar I'm gonna get you de Bizarre Inc. (1993), Murder on the Dance Floor de Sophie Ellis - Bextor, One More Time de Daft Punk (2001), Can't Get You Out of My Head de Kylie Minogue , o grupo A-Teens (1999-2005) ou a maioria das músicas do Jamiroquai para perceber o som disco', ainda que com outro nome, claramente presente.
Discotecas famosas
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